sexta-feira, 20 de agosto de 2010

De Rádio Relíquia

Estava imóvel em frente ao quadro
, havia movimento, mas não se mexia. Voava, traduzia aquilo que via através do pensamento. Sempre fora assim, na escola não tinha concentração, na verdade sempre teve demais, mas a sua maneira, ninguém conseguia compreender que seu modo de concentrar-se era voando. Cores, uma psicodelia de cores que fez lembrar "Lucy in the sky with diamonds", ou então, "yellow submarine". Naquele dia estava mais para "hey Jude". Aquela pintura era intrigante, de perto um amontoado de tintas, a média distância as cores tomavam forma, via juntas algumas pessoas, e imaginou-se no meio delas. O que estariam fazendo? Era uma cidade colorida, o chão era de ladrilhos antigos, as paredes, algumas pintadas, outras com lindos desenhos feitos pela junção dos azulejos. no fundo o mar, um barco, um cachorro. As pessoas conversavam, mas não entendia o que, nem quem eram, nem o que faziam. Esperavam. Aguardavam. Mas não eram as pessoas do quadro que aguardavam, tinha esse dom, ou defeito, sei lá. Conseguia ver em coisas, situações e imagens o que estava sentindo realmente. Passava a sua frente como um filme. Aguardava ansiosamente, quase desesperadamente. Desesperadamente aguardava.

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