quinta-feira, 5 de agosto de 2010

De Rádio Relíquia

A chuva não parava, dava para ouvir os pingos no gramado amarelado pelos recentes dias de sol. Depois de tanto calor um pouco de chuva não faria mal a ninguém. Era noite, com o guarda-chuva se protegia dos respingos, o barulho do salto na calçada, por um momento, só, na rua olha para os lados e se detêm na luz do poste, a luz refletida nas gotas, de um amarelo brilhante, encantador, inebriante. Visto que amarelo era a sua cor preferida. Por mais um momento continua olhando, prossegue. Caminha mais algumas quadras e nota a noite, que vai se tornando estrelada novamente. Solta um grande e sonoro palavrão. – Merda!. Não queria que parasse a chuva. Gosta de ouvir o som ao dormir. Gosta de ver refletida a luz nos pingos. Gosta de ouvir o som da terra sendo molhada, do silêncio que traz a chuva. O sol é áspero, queima, maltrata. A chuva é bela, refresca. Nessa hora realiza-se por não viver nos lugares mais frios, onde a chuva deve ser terrível. Chama o taxi, embarca, diz algo ao motorista, não é possível ouvir, ao mesmo tempo em que fala fecha a porta. O taxi arranca e não vemos mais nada além da esquina.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Opa!
Você aqui... deixe a sua consideração, ela será levada em conta e se for necessário respondida! Ou não, dependendo do que se trata...
Mas vai, pode falar, sinta-se a vontade!